sexta-feira, 2 de julho de 2010

Quando a Esperança se Foi - Amor ao Brasil

De suas nuas e cruas ruas
De suas balas e grandes enchentes
Corre subindo a ladeira o moleque persistente

Com uma camisa verde e amarela
Comprada na barraca do camelô
Busca a alegria envolta em festa
Gritando é Hexa Brasil Amor

A arte que une a todos
O esporte que se une à arte
A emoção que se parte em dores
Das tristezas que deságuam num mar de gols
Pulando e vibrando salta o moleque
Viva! O Brasil marcou

Mas, como depois do sol vem a chuva
Segue a noite após o dia
E da alegria a agonia?
Porque que um menino pobre
Que viu a água tudo levar,
Tem que suportar como nobre,
A dor de ver tudo acabar?

Assim caminha a vida,
Tem sol e tem luar
Nem sempre nosso olhar está certo
Algo maior tende a nos direcionar
Olha o menino sem documentos

Sem casa e sem teto
Não era em sua casa que ele via o jogo,
Talvez na tv de um "boteco"
A casa a chuva levou
A cidade o vento soprou

E que o nosso olhar deixe a África
As cores, as músicas, quem sabe por um instante
Para ver o que sobrou
Das cidadezinhas de Alagoas e Pernambuco
Cidades que água e a copa levou.

Para que vá à copa
Que por certo já não era nossa
Para que se acuda os nordestinos
Já tão castigados pelo sol e agora pelas chuvas
Para que os seus e os nossos campos, sejam menos
lamacentos...

José Porfirio de Queiroz Neto

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