Quem num monte mostraria,
tanta dor, tanta agonia, de um filho tão amado?
Quem de pronto deixaria lá do céu toda alegria
e entraria neste barco?
Tão confuso era o mundo, tão cinzento e barulhento
O homem desgraçado, cuspia e batia sem compaixão no
rosto mais honrado
E o pai?
O pai o protegeria? Quando chegasse a hora do tormento?
E de pronto mandaria um exército pra salvá-lo?
O pai esperou
Esperou um pedido do Filho
Até onde chegaria para ver o homem salvo?
Tantos filhos, muitos filhos condenados
Mas de certo lhe doía
E se tornava insuportável
Ver o Filho em outros braços
E que braços?
Braços de madeira, braços de uma cruz
O pai numa loucura tremenda
Permitiu ao Filho ser acolhido por cravos e espinhos
Mas porque?
E num instante sem remédio o Filho deixa a vida
É recolhido ao cemitério
Mas e o Pai?
Numa angústia sem limites tráz a terra um dia de trevas
Trovões, chuvas e terremotos, e a terra num ato de manifesto deu seus mortos
Dor, muita dor
Pense no que os anjos diziam entre si
É o Filho, seu Filho, não irá salvá-lo?
E tudo que tinha fôlego no Cristo foi enfim sepultado
Morreu o Filho e o Pai permitiu
Deixou partir
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